Guia Compliance: a importância desse conceito!
O compliance é um recurso importante no mundo corporativo. Isso porque, as instituições necessitam demonstrar que seguem boas práticas de conduta para conquistar credibilidade de mercado.
Dependendo da falha cometida, uma reputação que demorou anos para ser construída, pode ser simplesmente destruída rapidamente. Sendo assim, de nada adianta investir em pessoas e em tecnologia, caso não haja uma prioridade em respeitar normas que preservem a imagem institucional.
Neste artigo, vamos apresentar diversos fatores que mostram a relevância do compliance no cenário atual e como ele pode agregar valor às organizações. Confira!
Afinal, o que é o compliance?
Esse termo tem origem no verbo inglês to comply, que significa estar em conformidade com a legislação, regulamentos (internos e externos) e padrões éticos. O compliance tem como meta reduzir riscos e moldar a conduta de companhias no segmento de atuação.
Além disso, pode ser entendido como um mecanismo de controle interno que ajuda a dar mais segurança à gestão corporativa, orientando o comportamento em várias áreas, como:
- Contabilidade;
- Relacionamento com o público-alvo;
- Recursos humanos.
O compliance pode ser compreendido ainda como um padrão a ser adotado para nortear as ações de uma empresa. Dessa forma, colabora para criar relações mais éticas e transparentes com os governos, a concorrência e demais segmentos do público-alvo.
Atualmente, esse mecanismo tem sido vital para as organizações estarem mais cientes das responsabilidades a serem assumidas. Fortalecer o controle sobre as práticas implementadas é uma ação necessária para preservar e melhorar a imagem institucional, fator muito relevante para a competitividade.
A origem do compliance
O surgimento dessa prática está ligado à criação do Banco Central dos Estados Unidos. Este buscava, no final do século XX, um ambiente financeiro mais estável, flexível e seguro. Nos EUA, também foi lançada uma lei anticorrupção de nível transacional, denominada Foreign Corrupt Practices Act (FCPA).
Surgida na década de 1970, essa norma tornou mais duras as punições para organizações norte-americanas que praticavam corrupção no exterior. À medida que os escândalos de corrupção foram afetando os negócios e a credibilidade de companhias e governos, as empresas passaram a adotar, de forma espontânea, ações de compliance.
Isso contribuiu para haver um maior controle da conduta diante dos stakeholders, aspecto bastante valorizado no mundo corporativo. No Brasil, esse mecanismo passou a ter um maior destaque a partir do impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1992.
A partir desse fato histórico, começou a ser criado um ambiente favorável para a adoção de padrões éticos e de medidas voltadas ao combate a corrupção. A Operação Lava Jato e outras iniciativas de enfrentamento a esquemas corruptos também ajudaram a fortalecer a necessidade de as organizações brasileiras reconhecerem o valor do compliance. Outra ação importante nesse sentido foi promulgar a Lei n° 12.846/13, denominada Lei Anticorrupção.
A importância do compliance para as organizações
O velho ditado popular “prevenir é melhor que remediar” é uma maneira bastante simples de mostrar como o compliance pode contribuir para empresas e órgãos governamentais seguirem boas práticas para melhorar não apenas a reputação, mas também a prestação de serviços.
Afinal, os programas de conformidade têm como principal objetivo fazer com que sejam colocadas em prática ações que evitem problemas com o público-alvo e a administração pública no futuro. Por desconhecimento de regras, uma empresa pode enfrentar problemas com a legislação trabalhista, o que gera, na maioria dos casos, um grande desgaste, além de perda de tempo e dinheiro.
Atualmente, as companhias também precisam ter cuidado para evitar multas relacionadas a procedimentos inadequados para pagar impostos e o descumprimento de normas ambientais. Esse item deve ser avaliado com bastante critério e cuidado, porque a sociedade está cada vez menos tolerante com as organizações que não respeitam as leis e o meio ambiente.
Outro ponto que justifica a necessidade de adotar o compliance é a entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), no segundo semestre de 2020. Caso essa nova legislação não seja devidamente cumprida, é possível receber multas que podem chegar a R$ 50 milhões ou a 2% do faturamento bruto.
Esse cenário mostra como o compliance tem um papel relevante para as organizações estarem de acordo com as normas em diversos segmentos. Não adianta tratar os dados dos clientes com responsabilidade, caso o mesmo cuidado não seja adotado com relação ao pagamento de tributos. É fundamental ter uma conduta exemplar em todos os contextos que a organização está envolvida.
Os 6 benefícios do compliance
Há diversas vantagens de apostar nessa prática que visa tornar as instituições mais qualificadas e capazes de enfrentar novos desafios e de seguir padrões éticos e legislativos de maneira exemplar. Por isso, vamos apresentar 6 benefícios de adotar o compliance de acordo com as melhores práticas do mercado. Acompanhe!
1. Competitividade mais expressiva
Se uma organização reconhece e implanta condutas voltadas para um bom relacionamento com o setor público e a sociedade, há um aumento considerável da competitividade. Isso porque estará menos sujeita a crises que possam afetar a credibilidade e a capacidade de investir em recursos humanos e tecnológicos para melhorar os serviços.
Manter a competitividade em um patamar elevado é essencial para se adaptar às mudanças impostas pela transformação digital e as regras governamentais. Esse é um aspecto que não pode ser ignorado em hipótese nenhuma pelos gestores.
2. Mais capacidade de atrair investimentos
Com o maior dinamismo da economia, uma empresa estatal ou privada pode perder muito dinheiro em apenas um dia, em virtude da desvalorização das ações. Isso acontece, na maioria das vezes, quando a companhia não segue as regras determinadas pelo Governo e o mercado.
A partir do momento em que o compliance é implantado corretamente, maiores são as possibilidades de uma instituição ser respeitada e de captar investidores que terão um bom retorno do dinheiro aplicado.
3. Eficiência na identificação de problemas e de riscos
Ter uma maior efetividade na prevenção de problemas é um aspecto que reforça como o compliance pode ser um diferencial para as empresas. Ao visualizar uma situação que pode afetar o desempenho, uma companhia tem mais condições de adotar medidas que possam eliminar o problema ou atenuar as consequências.
Quanto maior for a capacidade de identificar os riscos, mais chances uma organização tem de amenizar os impactos provocados por crises internas ou por fatores externos (mudança na legislação, aumento de impostos etc.). O planejamento também deve considerar as situações adversas, o que torna o compliance uma ferramenta de controle preciosa na conjuntura atual.
4. Credibilidade em evidência
Os stakeholders valorizam cada vez mais as organizações que atuam com responsabilidade social. É bastante válido empregar medidas que priorizam uma relação mais próxima com o público-alvo, como programas de cunho ambiental.
Por outro lado, essa postura deve estar acompanhada de aplicação eficiente do compliance. Ou seja, a instituição precisa seguir boas práticas de gestão de finanças, relacionamento com clientes e fornecedores, além de respeitar as normas internas e a legislação governamental de maneira correta.
Esse comportamento é indispensável para ter uma maior credibilidade e mostrar que há um foco em não apenas atingir um ótimo rendimento, mas também em contribuir para a evolução social de forma impactante.
5. Melhoria da qualidade dos serviços
A partir do momento em que uma empresa se mostra disposta a estabelecer uma conduta responsável com os colaboradores e demais segmentos da sociedade, cria-se um ambiente favorável para a melhoria contínua dos processos.
Dessa forma, o compliance se torna vital para o aperfeiçoamento dos serviços. Já que os funcionários sabem da necessidade de seguir as regras internas de forma impecável, o que colabora para aumentar a produtividade.
Com um atendimento voltado para a plena satisfação do cliente, a companhia terá uma avaliação mais positiva e possibilidades maiores de fidelizar a audiência.
6. Fortalecimento da cultura organizacional
Entender como uma instituição atua diante de diferentes cenários e circunstâncias é um fator que ajuda os funcionários a assimilarem os valores corporativos. Isso é muito relevante para a cultura organizacional ser incorporada pelo público interno, bem como pelos que têm alguma relação com a marca.
Ratificar o posicionamento com base nas melhores práticas do mercado mostra como o compliance é um mecanismo vital para uma companhia elevar o nível de engajamento dos stakeholders e ser reconhecida positivamente pela forma que busca atingir o crescimento sustentável.
Governança corporativa x Compliance: tem diferença?
A governança corporativa consiste em um conjunto de iniciativas que moldam o comportamento de uma empresa com relação aos sócios, funcionários, fornecedores, clientes, parceiros de negócio, setor público e demais segmentos da sociedade.
Em outras palavras, é um recurso voltado para mostrar como a empresa está inserida no mercado e no dia a dia de colaboradores e indivíduos com quem se relaciona de maneira direta ou indireta.
Para consolidar a capacidade de gerenciar os contextos em que atua, muitas organizações têm optado pelo compliance, que se caracteriza por fixar normas e controles sobre as ações empresariais que abrangem processos internos e o respeito às regras do mercado e às legislações governamentais.
Em virtude disso, é possível concluir que o compliance é uma ferramenta primordial para a governança corporativa ser efetivada de maneira plena. Afinal, contribui para uma empresa verificar como os processos estão enquadrados dentro dos parâmetros estabelecidos pelo segmento de atuação e as normas do poder público.
Como aplicar o compliance na sua empresa?
Não é uma tarefa simples implementar o compliance em uma instituição. Caso uma empresa não tenha pessoas familiarizadas com essa prática, um bom caminho é optar por uma consultoria que permita indicar e mostrar as iniciativas necessárias para adotar um mecanismo eficiente para o controle dos processos internos e do respeito às leis e aos tributos.
Para o compliance agregar valor às companhias também é válido que seja feito um mapeamento de todos os processos. Assim, torna-se viável verificar os pontos que não estão em conformidade com as melhores práticas e avaliar maneiras de corrigir problemas e de estar em conformidade.
Outra medida importante para a aplicação do compliance abrange a boa comunicação com o público interno. Não adianta criar um documento com regras claras e ideais para a situação atual, se não há um esforço em conscientizar os funcionários. Principalmente, sobre as necessidades de colocar em prática condutas que ajudem a empresa a evoluir e a conquistar uma maior credibilidade.
Além de disseminar informações sobre a necessidade de efetivar um maior controle, uma corporação deve criar um setor especializado em compliance com profissionais que estejam devidamente qualificados para monitorar os procedimentos e orientar a equipe sobre como corrigir práticas equivocadas.
Também podem ser contratadas auditorias externas para verificar eventuais não conformidades. Logicamente, é necessário buscar o suporte de profissionais experientes e capazes de apontar equívocos e de indicar as melhores formas de saná-los o mais rápido possível.
Conheça um programa de compliance corporativo!
Um programa de compliance é um trabalho composto por diversas etapas, uma delas abrange avaliação dos riscos.
Ou seja, de situações em que uma empresa pode cometer falhas relacionadas aos:
- Processos internos;
- Às boas práticas de mercado;
- Ao cumprimento adequado das normas governamentais.
A segunda fase engloba a criação de um ambiente ético. Em que as práticas de compliance devem ser disseminadas por meio de campanhas internas e da criação de um manual de ética. Este pode ser atualizado de acordo com as necessidades da corporação.
A terceira etapa envolve a estruturação dos canais para acompanhar os processos e como a empresa está buscando seguir os parâmetros estabelecidos. Essa ação é muito importante para haver um monitoramento eficiente, que consiste na última fase para o programa de compliance: gerar bons resultados.
Em um cenário de concorrência bastante acirrada e de consumidores mais exigentes, uma companhia precisa adotar recursos para implantar ações que proporcionem mais credibilidade e um desempenho mais expressivo.
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