A importância de um segundo (ou terceiro) idioma para o mundo corporativo
Muitas pessoas já passaram por esta situação: ter de participar de interações de trabalho em outro idioma (seja um e-mail, uma reunião, um manual, ou coisa do tipo) e não conseguir dar seu melhor por não ter domínio daquela língua. Ou, ainda pior, não conseguir participar ativamente por conta da mesma questão.
Vivemos em uma época em que o fluxo de informações é extremamente facilitado. Em um clique, conseguimos obter informação sobre praticamente qualquer coisa, a qualquer momento e em milhares de fontes diferentes. Uma busca em sites como Google e YouTube nos fornece possibilidades imensuráveis de aprendizado.
Existe muito conteúdo bom e confiável em português – afinal, as ferramentas de tradução estão cada vez mais rápidas, então, mesmo que o conteúdo esteja em outro idioma, em questão de dias alguma boa alma precise desse mesmo material em português e o traduza – mas ainda há muito conhecimento que não possui tradução. Nesse caso, o que fazer? Recorrer a alguma ferramenta de tradução on-line e rezar para que essa tradução seja confiável? Acessar outra plataforma e ver se alguém já fez a mesma pergunta que você?
Todas as opções são viáveis quando se trata de informações que precisamos para nossa vida diária. Mas, e no trabalho? Esses passos são válidos nesse ambiente?
A cada ano que passa, torna-se cada vez mais importante a necessidade do estudo e do domínio básico de um segundo (ou terceiro) idioma. Há 10 anos, a demanda pelo segundo idioma era condicionada a três situações: (i) se a pessoa trabalhava em uma multinacional e queria ter um mínimo crescimento em sua função, tinha que ter ao menos um segundo idioma; (ii) se a pessoa estivesse procurando emprego, isso seria um grande diferencial na contratação; (iii) aqueles que não queriam sair da zona de conforto e seguir a carreira somente falando português, ficavam no mercado nacional. Mas havia duas diferenças cruciais: o mercado estava aquecido e a internet não era esse monstro que é hoje.
Atualmente, por conta do largo avanço da internet, a troca de informações é muito intensa. Empresas nacionais sofrem grande impacto com o mercado global e, invariavelmente com seu crescimento, acabam tendo contato com clientes do exterior. Além disso, o mercado está cheio de pessoas cada vez mais preparadas e inteiradas no universo da tecnologia e, com isso, as que estão despreparadas e que não estejam dispostas a aprender, acabarão (ou já estão) ficando para trás.
Mas nem tudo está perdido. Existe uma infinidade de recursos disponíveis para quem quer – ou precisa – aprender um novo idioma.
Há boas e seguras plataformas de aprendizado que podem dar àqueles que não têm fundamento básico em idiomas, um pontapé inicial para os estudos. O Duolingo, aplicativo de ensino de línguas, hoje com 70 milhões de usuários, é uma dessas opções para quem é autodidata. Essa ferramenta conta com 30 diferentes idiomas e, nela, o usuário consegue praticar a leitura, escrita e a pronúncia de maneira prática e clara.
Existem inúmeras escolas on-line que atendem a demanda por estudo para aquele aluno que não consegue acompanhar aulas regulares em sua rotina de trabalho. Sem contar com as escolas de idiomas (algumas com métodos rápidos e simples de ensino), professores particulares e infinitos recursos espalhados por aí que podem tornar o aprendizado melhor e mais rápido.
Se estivermos falando de uma pessoa que não tem nenhum fundamento em outro idioma, o primeiro passo é sair da zona de conforto e avaliar qual seria o melhor idioma para estudar. De posse dessa informação, o importante é buscar qual é a melhor maneira para iniciar os estudos – seja com aulas presenciais, on-line, de maneira autodidata, em um grupo de estudos com os colegas de trabalho, etc.
Para aqueles que já têm conhecimento mediano em algum idioma e está levando como pode, usando mais ou menos o que sabe para se virar, o melhor é utilizar ferramentas sobre as quais já falamos aqui nesse artigo para melhorar suas habilidades. Há cursos específicos voltados para negócios que dão ao estudante vocabulário e práticas para conseguir interagir no mercado de trabalho de maneira mais acertada.
Mas o mais importante quando o assunto é aprender o que quer que seja, é: ter iniciativa, incluir o idioma na sua vida de maneira consistente e mudar o ponto de vista sobre iniciar (ou retomar) um aprendizado depois de ter iniciado a carreira.
Com iniciativa, boa vontade e dedicação, qualquer pessoa pode ter sucesso em aprender. De nada adianta se inscrever em um curso de idiomas e não fazer sua parte – estudar o que foi ensinado, aproveitar todas as oportunidades para praticar, seja na empresa ou fora dela, utilizar mais de um tipo de ferramenta de ensino e fazer um pouco todos os dias. Seja consistente: descubra o que te diverte em português – sejam filmes, músicas, leituras – e faça o mesmo em outro idioma. E, finalmente, encare todos os desafios que o mundo corporativo joga para cima de você com outros olhos. Recebeu um e-mail em outro idioma? Leia, traduza, tente responder e, se não conseguir, peça ajuda. Participe daquela reunião mesmo sem ter 100% de certeza do que está ouvindo.
É assim que o aprendizado acontece: dando passos simples, constantes e tendo coragem e humildade para admitir que não é possível saber de tudo. É preciso se mexer para fazer as coisas acontecerem. Então, mãos à obra! Tenha iniciativa e muita disposição para atingir seus objetivos.
Por: Lygia Larangeira – Consultora Funcional Actionsys